Como ajudar as crianças a lidar com a rejeição social


Pesquisadores da Rush University Medical Center, dizem ter identificado três fatores que podem levar a rejeição social entre crianças. Os resultados apresentados em dois estudos, publicados no Journal of Clinical Child and Adolescent Psychology, são um passo crucial no desenvolvimento de testes científicos que podem ajudar nas estratégias para atenuar as dificuldades de adaptação dessas crianças.

As descobertas feitas pelos pesquisadores indicam que a habilidade para interpretar informações não verbais e reconhecer códigos de conduta na interação social, assim como responder adequadamente a estes, são a chave para ajudar as crianças a desenvolver habilidades que mantenham o círculo de amizades e evitem problemas de interação ao longo da vida.

Crianças que passam por eventos de rejeição social são mais propensas a ter problemas acadêmicos, largar a escola, se sentirem deprimidas ou ansiosas e têm grande inclinação a se envolver com drogas.

“A habilidade das crianças de desenvolver relações amigáveis é algo importantíssimo para seu bem estar”, diz Clark McKown, um dos autores do estudo. “Comparados a outros indivíduos que são melhores aceitos, aqueles que são socialmente rejeitados possuem um elevado risco de desenvolverem problemas com o ajuste social.”

Os estudos indicaram que algumas crianças (13% das entrevistadas na pesquisa) têm grande dificuldade de interpretar atitudes não verbais e códigos sociais. “Elas simplesmente não sabem identificar reações de desapontamento, não associam uma variação na voz à alegria ou mesmo conseguem identificar se é raiva ou tristeza a partir de expressões faciais”, diz McKown.

Outro grupo de crianças consegue identificar esses códigos, mas não possuem a habilidade de compreender os significados disso. E um terceiro fator que contribui para o isolamento social é a habilidade de racionalizar problemas de socialização.

“Esse terceiro grupo identifica os códigos, sabem o que significam, mas são incapazes de resolver problemas de relacionamento apropriadamente”, observa McKown.

Para ter uma boa interação social as crianças devem responder positivamente a esses três pontos: saber as regras que regem a socialização, reconhecer os sentimentos alheios e responder adequadamente à situação, ou seja, controlar seu próprio temperamento e ter um comportamento adequado naquela determinada situação (negociar a resolução dos problemas).

“Sabendo que esses três pontos principais contribuem para o isolamento social é possível criar um modo de medir essas habilidades e ajudar crianças com dificuldades em desenvolve-las”, afirma o pesquisador.

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