Resiliência, explica Perissinotti, é reflexo do nível de empatia, altruísmo e capacidade ampla de amar do indivíduo. “É preciso se pôr no lugar dos outros para entendê-los. Sem essa capacidade de fantasiar não há desenvolvimento pessoal”, diz o pesquisador. Mas a fantasia não é delírio, ele alerta.

“O delírio é destrutivo. Veja, por exemplo, quantas pessoas deliram com o mito da ‘felicidade plena’ – que inunda as sessões de autoajuda em qualquer livraria – e destroem os pequenos momentos de felicidade e paz de espírito. E pior: destroem as pessoas ao redor, num sentimento egoísta intenso e na ilusão de que é possível viver uma felicidade solitária, sem os outros para complementá-los”, explica.

A resiliência, diz Perissinotti, nos ajuda a compreender isso: que a vida é um misto de coisas boas e coisas ruins. E nas horas ruins é preciso aprender a contornar os problemas – vencendo ou sendo vencido, mas não negando a existência – e continuando a viver, respondendo como adultos (mais resilientes) e não como crianças (naturalmente menos resilientes e mais egoístas, centradas em si).

A seguir, Elko Perissinotti, em entrevista , faz uma ampla explanação sobre a resiliência, termo que vem se tornando lugar-comum e perdendo a profundidade em discussões cada vez mais focadas no imediatismo e na ânsia que algumas pessoas têm em encontrar certo tipo de felicidade.

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