As causas e as consequências do bullying


Não há quem não conheça casos de constrangimentos a que escolares são submetidos continuamente por seus colegas. Esse tipo de ocorrência é denominado bullying, termo inglês que significa intimidação, e que se encontra mais disseminada do que se supõe. Uma série de estudos coordenados pela professora Luciene Regina Paulino Tognetta, do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, investiga a ocorrência de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivos, entre alunos de escolas públicas e particulares da região metropolitana de Campinas. O estudo foca a violência entre pares – o bullying – e aborda as características do fenômeno e sua percepção junto aos estudantes.

Descobriu, por exemplo, que cerca de 30% dos alunos sofreram ou sofrem bullying constantemente na escola. No ensino fundamental II, em torno de 20% se dizem vítimas de bullying, o que ela não considera pouco. Constituíram alvo dessa pesquisa alunos que freqüentavam do terceiro ano do ensino fundamental I ao segundo ano do ensino médio. Outra questão relacionada às autoridades escolares identificou, para surpresa da pesquisadora, que cerca de 30% dos alunos se diziam vítimas dos professores. Este fato, segundo ela, introduziu uma agravante no problema, porque quando o professor é informado que os alunos têm problemas com ele, sua primeira reação – de acordo com as pesquisas – é considerar a violência dos alunos para com ele, sem conseguir enxergar a violência dele para com os alunos.

Para que o aluno possa pensar como resolver essas situações de bullying e quais regras devem regular a convivência na escola, as intervenções devem se dar nos três grupos: o dos agressores, o das vítimas e a dos espectadores. Mas com a participação do aluno, pois quando ele faz a escolha se sente pertencente à situação, não precisa agredir porque se responsabiliza pelas regras que ajudou a criar. Esse é o caminho, diz Luciene, para a convivência democrática na escola.

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da Redação

com informações da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)


Pais separados: algumas dicas para construir uma nova família


Um casamento que traz crianças de um relacionamento anterior é algo desafiador. Para que esse tipo de “família mista” seja um sucesso é bom ter em mente alguns pontos chave, que podem contribuir para um maior planejamento das novas famílias e ajudar a evitar atritos.

Planos para morar juntos e dividir as contas

Os casais devem decidir, inicialmente, onde viver e como dividir as contas. Normalmente os casais embarcam em um novo casamento e decidem em que casa vão morar e também é comum que um dos parceiros já esteja em uma casa e é o outro quem muda para um novo lar. Então é bom estar atento a qual é a melhor opção – quem muda pra onde – e também não esquecer: as crianças (se houver) também vão ter que abrir mão do seu espaço para viver em outro.

Quanto ao dinheiro, pesquisas indicam que aqueles que optam por contas conjuntas mostram maior satisfação com o relacionamento. Conversar sobre uma conta conjunta pode ser bom para a saúde do relacionamento a longo prazo, afinal envolve confiança mútua, planos para o futuro e ideias afinadas quanto a economia doméstica.

Sentimentos mal resolvidos sobre os relacionamentos anteriores devem ser revistos e superados

Casar novamente pode fazer sentimentos velhos e mal resolvidos voltarem a tona. Isso vale para adultos e para as crianças. Para os filhos, saber que o pai, ou a mãe, vai se casar novamente, irá forçá-los a ter que admitir que os pais não irão mais se reconciliar, e esse sentimento não é necessariamente bom.

Ex-mulheres e ex-maridos também podem iniciar relações tempestuosas calcadas em ressentimento. Esteja atento e não fuja dos problemas, mas tente resolvê-los. Se um profissional de saúde mental for necessário, não hesite: será bom para ambos os lados.

Antecipar as decisões para os filhos

Os novos casais devem discutir entre si como deverá ser a relação com os enteados (educação, hierarquia nas decisões, etc). Mesmo quando o casal já mora junto e os filhos convivem no mesmo espaço, o anúncio de um novo casamento pode ter respostas diferentes nas crianças, pois vira uma posição oficial, que deverá ser assumida publicamente.

Para que as crianças possam ter um tempo para se adaptar à notícia – ou seja, antes que parentes, amigos e vizinhos tornem o assunto rotineiro – encontre uma maneira de introduzir o assunto algum tempo antes de se ocupar o novo ambiente. Isso pode deixá-los mais confiantes e sentir que sua opinião é valorizada.

Qualidade do casamento

Após o novo casamento, casais sem filhos podem passar um tempo construindo um relacionamento a dois, mas aqueles que já possuem filhos muitas vezes estão com o foco mais nos sentimentos das crianças do quem em si mesmos.

Crianças pequenas podem querer mais atenção dos novos pais. Já os adolescentes, que estão se desenvolvendo – inclusive no tocante à sexualidade – podem ficar incomodados com um novo romance na família e começarem a se afastar ou ter respostas agressivas e negativas constantes.

Esses casais com filhos devem ter algum tempo somente para eles. Será bom, vez ou outra, se afastar dos problemas diários relacionados com os filhos. Agendar viagens regulares sem as crianças, para poder ficar a sós, é uma ótima opção. Mas desde que seja feito sem culpa. Nesses momentos a casa da avó ou do melhor amigo(a) da criança são boas opções.

Autoridade

A parte mais difícil em constituir uma nova família é a questão da autoridade parental frente aos filhos. No caso de crianças pequenas talvez seja mais fácil, mas quando envolve adolescentes em diferentes estágios de desenvolvimento, a coisa pode ficar complicada. Afinal, é comum que os adolescentes ficarem mais isolados da família enquanto desenvolvem a própria identidade e questionar a autoridade de uma forma geral também faz parte do processo.

Pesquisas recentes mostram que adolescentes mais jovens (ou pré-adolescentes, entre 10 e 14 anos) podem ter maior dificuldade para se ajustar a uma nova família. Já os mais velhos (a partir dos 15 anos) precisam de menos atenção dos pais e portanto talvez aceitem mais facilmente a nova condição.

Abaixo dos 10 anos também é mais provável que as crianças não sintam grande impacto na relação, especialmente se o novo pai ou mãe forem tranquilos e não mudem muito a forma como as coisas são feitas dentro de casa.

Mais do que um disciplinador, os novos pais devem estar atentos ao papel de conselheiro. Os casais também devem se comprometer a fazer com que o responsável principal pela disciplina em casa seja o pai ou mãe biológicos, até que o padrasto ou madrasta tenha a confiança total da criança – enquanto isso, é possível ajudar a monitorar as atividades dos enteados e servir para informar as mães e pais dos comportamentos positivos ou negativos das crianças.

Proximidade

Alguns casais acham que, ao assumirem um novo casamento, os filhos devem ser imediatamente aproximados da “nova parte da família”, mas deve-se levar em consideração o ajuste emocional necessário para que as crianças se acostumem com a nova condição.

Além disso, mais do que proximidade física – beijos e abraços – , filhos de casamentos diferentes que iniciam um convívio com novos pais preferem iniciar conversas e ouvir frases de apoio e motivação ou mesmo a demonstração de atenção, por parte dos padrastos e madastras, sobre suas atividades. Uma boa conversa, sem muito compromisso, pode ser o melhor caminho.

Pais que não moram juntos

Após uma separação, as crianças se ajustam melhor a nova situação quando os pais que se mudaram os visitam constantemente e mantêm boas relações.

Mas quando há um novo casamento esse contato diminui. Os pais, em especial, costumam interromper imediatamente a visita aos filhos após o casamento da ex-mulher. E quanto menos os pais e mães visitam, mais essas crianças se sentirão abandonadas. Pensar em atividades de convívio com os pais e mães biológicos que não moram em casa é muito importante para a manutenção do desenvolvimento emocional das crianças.

Outra ponto importante é evitar discussões com ex-maridos ou ex-mulheres em frente aos filhos, pois isso diminui a autoestima dessas crianças além de forçá-las a tomar partido entre um dos lados (sendo que elas amam incondicionalmente as duas partes), o que é péssimo para sua saúde mental dos pequenos.

Tempo de ajuste

Mesmo tentando controlar todos esses fatores, uma família precisa de algum tempo para ajustar todas as novas condições criadas por um novo casamento entre pais separados.

E não se engane. Na melhor das hipóteses, novos núcleos familiares que se formaram a partir de famílias diferentes levam em média até dois anos para se ajustarem a nova experiência de morarem juntos. Mas fique atento: se algo não está dando certo, é preciso consultar um psicólogo para que o processo seja o mais confortável possível para todos os envolvidos.

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da Redação

com informações da American Psychological Association


Suicídio: os sinais de quem não está bem


As taxas de suicídio entre os adolescentes têm crescido no mundo. Nos EUA, por exemplo, o suicídio é a terceira causa de morte de pessoas com idade entre 15 e 24, ultrapassando homicídios e acidentes. De acordo com Michelle Moskos do Centro Americano de Prevenção e Controle de Doenças, as causas do comportamento suicida são uma combinação de fatores psicológicos, ambientais e sociais.

Transtornos mentais são, de longe, o maior risco para o suicídio. Entre os fatores relacionados com saúde mental estão depressão, dependência de drogas e a combinação desses dois pontos com outros tipos de transtornos psiquiátricos.

Mais de 90% das pessoas que tentam suicídio possuem traços desses transtornos. Mas a combinação desses com circunstâncias externas (ambientais) parecem aumentar ainda mais os riscos para a população jovem e de adolescente, ou seja, aqueles que normalmente apresentam maiores dificuldades para lidar com mudanças no seu ambiente social, o que os tornam mais vulneráveis. Problemas disciplinares, perdas pessoais, violência familiar, confusão sobre orientação sexual, abuso sexual e físico e ser vítima do bullying estão entre alguns dos fatores que podem piorar o quadro psicológico desses indivíduos.

Apesar do suicídio parecer um evento raro e difícil de ser previsto, há alguns sinais claros que devem ser observados:

• Falar repentinamente sobre cometer suicídio. Parece algo óbvio, mas muitas pessoas parecem não se sensibilizar por esse sinal claro de que algo não vai bem com uma pessoa.

• Ter problemas para comer ou para dormir.

• Apresentar mudanças drásticas de comportamento.

• Se tornar recluso e evitar atividades sociais com amigos.

• Perder interesse na escola, no trabalho ou mesmo deixar algum hobbie de lado

• Fazer preparativos para a própria morte (como pesquisas sobre o próprio funeral ou escrever cartas de despedida).

• Começar a se desfazer de objetos pessoais, muitas vezes caros.

• Já ter tentado suicídio antes.

• Cometer riscos desnecessários no dia a dia.

• A pessoa passou por alguma perda recente (como morte de um ente querido ou amigo próximo).

• Parecer interessado por temas relativos a morte.

• Deixar de se preocupar com sua própria aparência.

• Aumentar o consumo de álcool e abuso de drogas.

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da Redação

com informações da American Psychological Association